sexta-feira, 8 de junho de 2018


(para o blan)

Às vezes um cavalo recolhe
a noite nas minhas costas.
De cascos encolhidos encosta-se
à crina do meu silêncio
E eu ouço das narinas
exalar-se um sossego fundo
e o eco submerso de longínquas paisagens.
Então o universo intui o meu corpo
e todo ele são pálpebras
papoilas e ventres
trilhos de joelhos quentes
versos com a alba no horizonte.