Interferência ou Da Impotência
Em deglutição na pupila espelhos alheios
Vagarosos trabalham uivos agudos de insónia
Uma onda amarga de promontórios fincados
Imagens vagas e rijas, saliências (ment)ais.
Assim uma menina de raíz vermelha nos olhos
Arrancada ao sonho por um abcesso resoluto
Numa execução imaginada de cheiros e silêncios fortes
(Que resulta.)
Do silenciar tirano do que já falou
Para o (d)espartilhado pulmão que me agoniza
Um tremor palpita adivinhado:
A escape as mãos encanzinadas
A eficácia estonteante do que basta
Hora de culto ao rasgo resguardado
Numa ave confusa que ainda rói o mel
Incrustado nas nuvens da memória.
Aste(riscos) em riste
Na azia dos grandes músculos
Comem o volume aos corpos
Aferroam em gemidos o tronco dócil
Com a vida ávida da gaivota
Esburacando pombas devagar
No delírio arrebatado que choca os muros
De onde saltam os ímpetos sequiosos e os forasteiros pulcros
(Que resultam.)
Corrompe, cu(r)rompe
Clandestino rio da criança de chuva
Ninhos que desorbitam a vertigem vegetal dos pés
E a inclinação dos lampiões para o concreto
Abismo do cimento estrangeiro
Toda a respiração dos ângulos abertos para dentro
Como sobre ti uma traça contínua
Marca a negro no arco do meu dorso
O desesperado horizonte do resistente
(Sem resultado.)
- Jamais será nossa a imagem.