sexta-feira, 4 de julho de 2014

Anoitecer




Anoitecer

 
Encanta-me a cinza da luz azul sobre os telhados
O pêlo frio do gato que regressa a casa
O pano estendido na corda de que ninguém se lembra
A corda ébria de vento
Que às vezes tem frio.
 
Dizem que a luz desmaia
E a claraboia é a cama etérea da filha do sol
Mas a luz apenas se esconde por detrás de véus antigos
Como uma dama tímida e belíssima
Que assim te pode ver melhor.
 
O ramo da buganvília tem segredos verdes
Confissões puras da cor complexa da terra
E sobre o mundo pousa uma ave profunda
Que nos beirais das gentes nuas paira
e sobre o teu corpo, ávida, respira.
 
 

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