quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O Sol Que Chove





O Sol Que Chove

Engolir
o vórtice da chama mais alta
na ruína de mapas secretos
sugar as montanhas ao corpo
ponte esculpida em estrelas de sal.
roubar as teclas aos rios
que tinham a chave no ventre
Vomitar.

Fora
bóiam janelas abortadas na náusea
e o musgo segrega fome de verão.
É a quimera sumida no sepulcro
a morte no (d)espartilhar da carne.

Placenta, sêmea melancólica
quando as rachas têm olhos
e no grunhido de um seio se inscreve
o eventuário do silêncio
as crianças torcem os pinos aos castelos
e adormecem no leito de uma ópera soluçada.


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