terça-feira, 25 de novembro de 2014

Duas casas





Duas casas       

I.
Encontrar
O ângulo roto pelos olhos das aranhas
No arder do canibalismo das flores
Na tenra tessitura das folhas ressurgidas
Na carne da luz em cada átomo blindada:
Gomos de lume apodrecido
Sob telhas de outro oxigénio.

A terra esventrada pelo ciúme
Searas de carvão acirrado a arder
E as aves na ferrugem das roldanas
O inculcar de branqueamentos na língua.
Saber que nascemos antes.


II.
Dentro dos degraus o medo
A brutalidade de resgate impossivel_mente
Na entropia dos gestos sobre a velhice.

Uma criança chupa céus nos intervalos
Da circularidade de uma jugular desmaiada
Na praça dos olhos subtraídos
E a necropatia dos meus nervos reflectidos
Infinito íngreme (in)finito
Impérvio trovão
Obsessivo e falhado (en)truncamento.




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