domingo, 7 de dezembro de 2014

A uma árvore


 

A uma árvore


Da corda axial que prende o gato à estrela
Um calor aflora em garganta ondulada
Boca suspensa pelo nó dos músculos.

Na amplitude côncava do abrigo
Húmus de crianças e florestas arregaladas
Salivam-se sonhos em tortuosa delícia.
Quatro luas escoram a árvore -
Enlevada pirâmide de falos-baloiço.

De rasto em luminescência laranja
O evanescer num exílio de folhas
Não cala as línguas antiquíssimas
Que cortam as lianas inúteis da memória
Engendrando novas bússolas
De matérias nítidas e mudas
- A nudez máxima das agulhas -
E um homem me bombeia andaimes para dentro da noite.




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