sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

A nuvem



A nuvem

Morro calma
Sublime subtil corda de tempo estendida...
Percorro-a imperceptivelmente
Dentro da nuvem que há na tua voz --
Enleios de chuva morna que apenas molha os lábios
e as íris dos caleidoscópios totalmente brancos.

Natureza incorpórea distende brandura
Em anestesia lúcida que cala e espraia
Mudez em onda interminável
Nudez neblina em esquadria de espuma
Feixe de ternura aguda, perfeita
Que dói suavíssima e indolente
Como barco em leito profundo
Que fica, e gosta
E nu
Vem.

Morro calma
No lençol puro que há por dentro
Quando o soluço se derrama em silêncio
Quando o amor não precisa de ser dito.

Morro calma
Na nuvem que há na tua voz
Na tua cama alva à beira do rio.


Sem comentários:

Enviar um comentário