SóAve
Da berma de uma estrela marginal
uma ave canta o sossego da morte.
Quieta serena
ergue-se sem sombra debicando o vazio
alimentando a voz de azuis empalados
e o coração de magras garras brancas.
Os olhos são esquinas de vidro a arder,
verbo impossível
e as patas delicados castiçais de sono,
aranhas que só constroem teias interiores.
Quando morre uma ave morre toda uma religião.
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