Campos
Numa serpente alada,
casas velozes a perfurar a noite.
Comboio suspenso na bruma do devir,
máquina que na névoa adensa a revolta.
Nos trilhos da humanidade traída,
uma ave de rapina pacientemente busca
o vento do lento desmantelamento do real.
Sobre a cinza destes crepúsculos tristes,
nesgas de sangue arrepiam os céus
no travo ígneo da ira imensa.
A lua dá-se no suor dos campos,
covis de uma acidez sem nome,
poços anil de enxada magoada.
Porque um rio afoga os seus peixes,
no grosso leito acolhe os cadáveres,
e passa à superfície como uma pele inocente,
acariciando as ervas e as nuvens.
Há bosques de sangue claro nos telhados do meu sonho,
mas sobre a tela esverdeada
apenas brisas rasas.
casas velozes a perfurar a noite.
Comboio suspenso na bruma do devir,
máquina que na névoa adensa a revolta.
Nos trilhos da humanidade traída,
uma ave de rapina pacientemente busca
o vento do lento desmantelamento do real.
Sobre a cinza destes crepúsculos tristes,
nesgas de sangue arrepiam os céus
no travo ígneo da ira imensa.
A lua dá-se no suor dos campos,
covis de uma acidez sem nome,
poços anil de enxada magoada.
Porque um rio afoga os seus peixes,
no grosso leito acolhe os cadáveres,
e passa à superfície como uma pele inocente,
acariciando as ervas e as nuvens.
Há bosques de sangue claro nos telhados do meu sonho,
mas sobre a tela esverdeada
apenas brisas rasas.
Sem comentários:
Enviar um comentário