NOSTALGIA
Cantam os cães
nas alvoradas da bruma. As peles loiras da planície encantam o homem que diz
não te ver no bravo silvo da malignidade dos alvos que são sem pernas. Tenho
que cortar o arrepio dos dedos para viver: esmaga-me a luz da tua nostalgia. Há
clarabóias antiquíssimas como lírios sulfurosos a esconder a água, e proteger
o amor dos teus olhos de chacal é a ordem inscrita no silêncio. Algodão doce
confunde trevas nos teus cabelos e a lama perfura o sentido e o tecto da tua
memória. Cálices vertem hélices em outrora de neblina, porque a Rússia não
deixa ver, a Rússia não deixa ver, e o vento branco planta a cruz na concha das
crateras.
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