quarta-feira, 26 de junho de 2013

O último fósforo





O Último Fósforo


Da nevralgia da memória descem vagarosamente os barcos de osso a rebentar luz numa dor de outro mundo. São medusas a dançar num balde d’Inverno, veneno balouçado na aresta desviada da tua língua, grito embalsamado em bonecas de olhos sempre abertos.
Pedras mortas chocalham marés últimas na água suja do meu sangue, e a morte canta-me ruas e uma árvore tambor de tristeza azul – espelho louco em sanguíneo eclipse a escorrer olhares para uma pia de bruma, nudez aflita mordidoendo textos aquecidos com as mãos, beijos despidos pela branca geometria da loucura.


 

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