quinta-feira, 27 de junho de 2013

Como Nós






Como Nós


Não sei se é húmida a lua ou o sol
em beijo que con_centro na minha mão.
A ausência aperta-me os sentidos até doerem os infernos -
candelabros de víscera em brasa fixados
nos doces macabros hemisférios do horror.
Geme a saliva saliente entre as violetas da nevralgia.
Queimei o ventre, sou sem membros,
mastigo o lodo de olhos semicerrados.
Catapultei o mundo para o exílio de mim,
e deixo os lobos tragarem
com dentes lentos
o tempo poído em que me
morro as âncoras.
E nós? Onde a casa-alçapão para a loucura?
- qual o sinal na estrada a indicar o escândalo?,
o desvio?
O espaço roda.
Não somos nós.
O medo dança.
Não somos nós.
Nós apertamos sois que giram com as mãos
quietas a arder,
tocamos a rosa no flanco dobrado da rua deserta
e em alvoroço acolhemos a morada em potência que é
a nossa.
Depois, suaves esquecidos,
confundimo-nos no ninho do medo,
e somos qual cama espetada com um palito no céu.
 
 
 
 

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